Macaco Tadeu em: Não fui eu!

Macaco Tadeu puxava a orelha do Burro Romeu.
– Não fui eu! – dizia que nem se mexeu.

Macaco Tadeu soltava pum fedorento.
– Não fui eu! – dizia de cara pro vento.

Macaco Tadeu empurrava o gato na lama.
– Não fui eu! – sou um cara bacana.

Macaco Tadeu jogava lixo no chão.
– Não fui eu! – gritava para não arrumar confusão.

Macaco Tadeu roubava doces da padaria.
– Não fui eu! – tava na casa da minha Tia.

Macaco Tadeu apagava a luz do salão.
– Não fui eu! – tava visitando meu irmão.

Tirava meleca, acordava a coruja, beliscava a cotia, transbordava a pia!

Não fui eu! Não fui eu! Não fui eu!
Dizia, dizia e ainda repetia com uma baita cara de sem vergonha cheia de simpatia.

A bicharada, então, se reuniu.
– Vamos pegá-lo dessa vez. Onde é que já se viu!

Então, inventaram a rifa da Girafa Maria.
Rifa importante que grande prêmio valia.
Uma montanha de bananas! Não havia macaco que não queria.

E Macaco Tadeu ganhou prêmio importante.
Mas distraído, já foi logo dizendo num instante:
Não fui eu! Não fui eu! Não fui eu!
E pobre do Macaco Tadeu… o grande prêmio perdeu!

Quando entendeu o que tinha acontecido ficou choramingando sentido.
Dizendo que não tinha ouvido. Mas não adiantava mais não, Macaco Tadeu.

Quem manda sempre se fazer de desentendido?

FIM

Rodrigo Lopes

O que achou da historinha do Macaco Tadeu? Sua criança já se passou pela fase de ficar repetindo uma mesma frase um milhão de vezes? Diz aí pra gente! 🙂

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